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| Foto: Divulgação |
A etnia Kokama, com origem no Amazonas e extensão no Ceará, representa uma tradição cultural rica, através do artesanato e de rituais que se transformaram em verdadeiras representações teatrais. Com produção e roteiro da Ednilza Kokama e Waldemar Kokama, com apoio do Moio de Artes e da Lei Paulo Gustavo, o projeto "Arte Kokama: Conexão com a Natureza e Tradição" é uma exposição de bonecas feitas artesanalmente com fibra de coqueiro e apresentação de um esquete teatral que está percorrendo algumas escolas públicas de Fortaleza em datas especiais, buscando preservar e valorizar a cultura indígena Kokama, oferecendo uma plataforma para compartilhar suas histórias, arte e sabedoria com as gerações futuras. Além disso, promove a conscientização ambiental e sustentabilidade, destacando o uso de materiais ecológicos na criação de arte de qualidade. "Desde os 10 anos de idade, venho me dedicando ao artesanato indígena em minha aldeia. Nossa cultura indígena é o alicerce desse trabalho, e através dele, construímos nossa subsistência financeira de maneira sustentável e ecológica. Desde 2015 estou atuando no teatro com espetáculo Pássaro-real - a lenda amazônica que encanta", diz Ednilza. "Apresento palestras em escolas infantis, ensino médio, e faculdades contando a vida dos povos originários dentro e fora da aldeia, e consequências da destruição do meio ambientes, antes das depois das queimadas", explica, ressaltando o viés ecológico da exposição e do seu trabalho. É uma oportunidade única também para jovens que nunca assistiram a uma apresentação, viu uma exposição ou foi a uma palestra.
A artista indígena continua: "Apresento teatro infantil contando a vida dos povos originários antes e depois das secas e queimadas. Participei do evento dos 25 anos do Teatro Dragão do Mar e apresentação na Escolinha Sol levando a cultura os costumes dos povos originários da etnia Kokama", relatando um pouco da sua trajetória. Ao introduzir os alunos das escolas públicas de Fortaleza a uma cultura indígena autêntica, o projeto combate estereótipos e preconceitos, promovendo compreensão e respeito pelas diferentes culturas. "Nossas tradições e valores correm o risco de desaparecer. Não fica bem, pois a nossa etnia tem lutado desde a época da escravidão com garra para continuar com nossa cultura e tradição, não perdendo seu idioma, gramática e costumes", explica Ednilza que é uma exímia artesã que usa produtos recicláveis.
A exposição de bonecas feitas com material reciclado representando diversos conceitos e o monólogo encantam as crianças e jovens e proporcionam oportunidades significativas de aprendizado cultural para os estudantes, enriquecendo sua compreensão da cultura Kokama e das tradições indígenas em geral. Ao levar o projeto para escolas públicas em Fortaleza, busca-se democratizar o acesso à cultura e à educação de qualidade, promovendo inclusão social e igualdade de oportunidades.
Nesta quarta, (26), haverá apresentação de "Arte Kokama: Conexão com a Natureza e Tradição" na Escola Maria Angela (Avenida Clóvis Arrais 1180), no bairro Vicente Pizón. A exposição permanece com acesso livre até sexta dia (28). Em breve haverão novas escolas da rede pública de ensino que receberão essa atração cultural.
"A Lei Paulo Gustavo é uma importante ferramenta para promover a democratização da cultura. A lei cria oportunidades de emprego e renda para artistas, produtores culturais e trabalhadores do setor, impactando positivamente a economia local e regional e foi a responsável pela concretização desse projeto”, explica Ronaldo Agostinho, da Moio de Artes, que apoiou o projeto de Ednilza, criando o texto para participação do edital da Lei com aprovação da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Fortaleza - Secultfor. A Moio de Artes é uma produtora que trabalha em idealização de projetos para artistas e realização de eventos culturais e corporativos.
Em resumo, o projeto "Arte Kokama: Conexão com a Natureza e Tradição" é uma oportunidade única de enriquecer a vida dos alunos, fortalecer a comunidade e contribuir para um mundo mais consciente e respeitoso com a diversidade cultural e ambiental. "Desde os 10 anos de idade, venho me dedicando ao artesanato indígena em minha aldeia. Nossa cultura indígena é o alicerce desse trabalho, e através dele, construímos nossa subsistência financeira de maneira sustentável e ecológica. Desde 2015 estou atuando no teatro com espetáculo pássaro-real - a lenda amazônica que encanta" , finaliza Ednilza Kokama, idealizadora do projeto.
