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Nesta sexta, (13), o Teatro da Praia, em Fortaleza, será palco da emblemática obra do existencialismo, "Entre Quatro Paredes", de Jean-Paul Sartre, na montagem da Cia de Teatro Que História É Essa?, com produção da Moio de Artes Produções Artísticas. A peça, que terá sessões todas as sextas-feiras de setembro, às 20 horas propõe uma reflexão profunda sobre as angústias e fragilidades da condição humana, com direção de Ronaldo Agostinho.
Ao contrário de muitos espetáculos que buscam o riso fácil ou o puro entretenimento, "Entre Quatro Paredes" desafia o espectador a confrontar suas próprias ansiedades e dilemas internos. A famosa frase de Sartre, “o inferno são os outros”, ganha nova interpretação, revelando que os maiores conflitos e tormentos são frutos das interações humanas e dos medos que carregamos. Ao transformar o palco em um espelho da alma, o espetáculo propõe uma imersão filosófica e emocional, indo além do teatro convencional.
ESTÉTICA MINIMALISTA COM PROFUNDIDADE EXISTENCIAL
O cenário e os figurinos, marcados por tons de branco, fogem das representações tradicionais de inferno. Aqui, não há chamas ou torturas físicas; os verdadeiros demônios são internos, alimentados pelos erros, pelas escolhas e pela maneira como nos relacionamos com o outro. Esse contraste visual intensifica a sensação de desolação e inquietude, criando uma atmosfera que, ao mesmo tempo, é leve e pesada, suave e perturbadora.
A montagem também se destaca por seu cuidado técnico e artístico, com uma direção que valoriza o minimalismo e o silêncio como ferramentas para amplificar a reflexão. “Queremos que o público sinta o peso de cada palavra, que cada silêncio ecoe suas próprias angústias e questões”, comenta o diretor Ronaldo Agostinho.
O TEATRO COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO
Para a Cia de Teatro Que História É Essa? esta não é apenas uma peça, mas uma oportunidade de usar o teatro como instrumento de transformação. O espetáculo visa provocar o público, despertando nele uma reflexão verdadeira sobre as complexidades da vida moderna, as máscaras sociais e os tormentos existenciais. “Nossa proposta é trazer o público para dentro dessas quatro paredes e deixá-lo sair diferente, com novas perguntas sobre si mesmo e sobre suas relações”, explica o diretor.