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Foto: Divulgação |
Os estudantes se prepararam desde a segunda-feira (3), com aulas com mestres como o flautista cearense Heriberto Porto, coordenador pedagógico das residências, a violinista e pianista Carol Panesi, do Rio de Janeiro, o violonista Alisson Felix e o contrabaixista Juvêncio Linhares, o pianista carioca Gabriel Geszti, entre outros. Todos os professores se apresentam também em shows do festival, que tem sua programação de difusão começando nesta sexta-feira, (28), e seguindo até a terça, 4/3, com grandes nomes como Léa Freire, Adelson Viana, Cristóvão Bastos, Cainã Cavalcante, Mauricio Einhorn, Claudette King, Fausto Nilo, André Mehmari, Thiago do Espírito Santo e Edu Ribeiro, Caíke Falcão, Ângela Lopes, Mariana Lima e Raara Rodrigues, Jorge Helder, Filó Machado e Vanessa Moreno, Claudine, entre outros.
Com três guitarristas no palco, a noite de quinta-feira (27) no teatrinho Rachel de Queiroz foi aberta com o clássico "While my guitar gently weeps", do beatle George Harrison, cujo aniversário foi celebrado nesta semana. Com Pedro Alves no contrabaixo e Isaac Alysson na bateria, os vocalistas tiveram dificuldade em seguir as diferentes estrofes da letra, mas o grupo manteve o ritmo, investindo nos solos de guitarra de Pedro Akilla, Erlon Renan e Gabriel Campos, característicos da canção do famoso Álbum Branco, de 1968, que segue como uma grande homenagem ao guitarra e ao fazer musical como um todo, dialogando assim com o propósito das residências.
E que tal, depois de um rock, um choro de K-Ximbinho? Pois essa foi a escolha da formação à qual se somaram ao trio-base do grupo anterior os clarinetistas Carlos David e Bernardo Monteiro. "Ternura" foi apresentada com os dois clarinetes em destaque, além de espaço para improvisação de Pedro Akilla. Tudo sob o olhar atento dos professores, da diretora do Festival Jazz & Blues, Maria Amélia Mamede, a Maru, do diretor de produção, Roldão Gomes, entre vários integrantes da equipe do festival. Incluindo o coordenador técnico Jones Cabó e os roadies/diretores de palco Márcio Faria e Francisco Otávio, o Chicão.
E chegando ao rock nacional, que quase sempre aparece como uma enorme influência para as gerações mais jovens, Maria Aparecida chamou atenção pelo timbre de voz e pelo carisma em "Malandragem", cantando a música quase toda ao passar o som. "Ainda é passagem, viu?", avisou, antes de repetir, "desta vez, valendo", a canção de Cazuza e Frejat consagrada na voz de Cássia Eller. Lendo a letra no celular, Maria ganhou a ajuda do público - e dos professores, em "Tempos modernos", de Lulu Santos, 0enquanto o colega de palco Gabriel Campos puxou "Ciúme", de Roger, do grupo Ultraje a Rigor, em mais uma rendição oitentista.
O baterista e cantor - de belo timbre, aliás - o jovem Isaac Alysson apresentou então uma performance unindo demonstrações de jazz, blues e samba na bateria, recursos teatrais, presença cênica e muito carisma, com direito a chamar um espectador ao palco e a se divertir com os diferentes sons, ritmos, expressões, entre diálogos com o público em português, inglês e espanhol. Sempre com muito carisma.
Com o adiantado da hora, a mais que jovem Francielly e o violonista Alisson ganharam muitos aplausos ao interpretar "Carinhoso". E a jovem cantora - e desenvolta mestre de cerimônia - Scarlet Maestro, da Venezuela, "a cada dia mais cearense", convidou a maioria dos estudantes das residências para subir ao palco para um último número: o clássico "Baião", do cearense Humberto Teixeira e do pernambucano Luiz Gonzaga, escolha interessante para uma turma de tão pouca idade. Com direito a muitas vozes, de Scarlet, Isaac, Pedro Domício, Amanda, o violão de Victor, o baixo de Pedro Hugo, o pífano de Bernardo e a bateria do onipresente Isaac Alysson, o baião saiu com carisma e suingue, fechando a noite de muita chuva e de celebração desse encontro, no Teatro Rachel de Queiroz, enquanto não chegava a van para levar a turma até a hospedagem, depois da prática musical a partir dos dias de estudo e convivência. "E quem quiser aprender é favor prestar atenção".