Falta de gestão estratégica pode ser causa de alta rotatividade de colaboradores em empresas brasileiras

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Foto: Reprodução 


O Brasil foi destaque em recente estudo da multinacional de educação Pearson que avaliou perdas financeiras relacionadas a desafios no mercado de trabalho. A análise estimou que o prejuízo anual na economia brasileira representa aproximadamente 9% do PIB, o maior entre os locais avaliados, chegando a R$ 1 trilhão. Diferente de outros países, em território nacional, a maior parte do problema, isto é 65%, está relacionada ao momento de transição de um emprego para o outro.


Para o diretor executivo do Grupo Pilares, Paulo França, o cenário é reflexo da falta de gestão estratégica, tanto por parte das empresas quanto dos próprios profissionais. “Grande parte dos empresários passa a maior parte do tempo resolvendo questões operacionais e demandas urgentes. Com isso, a gestão estratégica e políticas de RH ficam em segundo plano. Planos de cargos e salários, capacitação, engajamento e cultura organizacional, que deveriam ser vistos como investimentos, acabam sendo tratados como custo”, afirma o empresário, que também é contador. 


O especialista alerta que problemas como a alta rotatividade de funcionários gera um aumento de custos aparentemente invisível, com custos rescisórios, encargos trabalhistas e queda de produtividade durante a adaptação, o que encarece a folha no médio prazo. “Enquanto as empresas reclamam da dificuldade de manter bons colaboradores, milhares de profissionais enfrentam longos períodos para se recolocar no mercado de trabalho. Esse paradoxo revela um problema estrutural no Brasil”, pondera.


EMPREGABILIDADE


Conforme o estudo da Pearson, trabalhadores brasileiros levam em média 42 semanas para encontrar uma nova função. Para evitar o problema, o diretor acredita que a qualificação contínua é a melhor opção. “O mercado atual exige profissionais atualizados, com habilidades técnicas e comportamentais, capazes de entender o negócio como um todo. Aqueles que não investem em desenvolvimento acabam enfrentando processos seletivos mais longos e salários menores. Empregabilidade não significa estar empregado, mas estar preparado para o mercado”, orienta.


Por isso, França defende que a mudança de mentalidade tanto dos empresários quanto dos colaboradores é o caminho para melhorar o cenário no mercado de trabalho brasileiro. “Empresas que não investem em gestão de pessoas pagam mais caro no médio e longo prazo. Profissionais que não investem em si mesmos dependem excessivamente de um mercado cada vez mais competitivo. Gestão estratégica e desenvolvimento humano deixaram de ser diferenciais e se tornaram fatores essenciais para a sustentabilidade das empresas e das carreiras no Brasil”.

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