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| Foto: Divulgação |
A Banda Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará (BS/Uece) participará do encerramento do IV Festival Internacional de Música Instrumental do Ceará Mansueto Barbosa (FIMI), em concerto que será realizado no próximo dia 13 de novembro, às 19h, no Cineteatro São Luiz, com a solista convidada Karina Toledo (Brasil/França).
A proposta do concerto une duas obras sinfônicas de grande riqueza narrativa e musical: a Bachianas Brasileiras No. 3. de Heitor Villa-Lobos, e a Suite Sinfônica Scheherazade, de Nicolai RimSky-Korsakov. Ambas exploram universos distintos, o Brasil profundo e a fantasia oriental, mas compartilham o poder de contar histórias por meio da música.
O ponto alto da noite será a participação da pianista Karina Toledo, que iniciou sua trajetória musical, aos 10 anos, na Casa de Vovó Dedé, no bairro Barra do Ceará, e se formou em piano na UECE. Hoje, com carreira internacional consolidada em Paris, Karina retorna ao palco cearense para interpretar a parte solista das Bachianas nº 3, de Villa-Lobos — uma noite que une memória, excelência e inclusão.
O olhar do maestro
“O aspecto simbólico deste encontro é sentir como as duas extremidades desse fio se unem para recriar uma obra tão importante. Destaco o ineditismo do ciclo completo das Bachianas para banda sinfônica, que amplia as possibilidades expressivas do gênero e moderniza sua compreensão. Democratizar é garantir ao cidadão o direito de escolha sobre valores culturais. Jovens que se dedicam à música de concerto são audaciosos e merecem respeito. A conexão entre UECE e Casa é valiosa porque oferece suporte técnico e ético à formação destes estudantes”, afirma o maestro Marcio Landi.
Para a pianista Karina Toledo, o reencontro tem um significado profundo: “Voltar à Fortaleza é como voltar à origem do meu próprio som. Foi na Casa de Vovó Dedé que aprendi a ouvir, e na UECE que aprendi a transformar o que ouvia em linguagem. Tocar Villa-Lobos nesse contexto é, para mim, um gesto de gratidão e de retorno simbólico a tudo que me formou como artista e como pessoa.”
O curador e idealizador do Festival, Ewelter Rocha, reforça o papel do FIMI como espaço de continuidade entre gerações: “O FIMI nasce para fortalecer o elo entre a formação e a profissionalização, revelando histórias como a de Karina, que inspiram novas trajetórias. Quando instituições públicas e projetos sociais se unem em torno da arte, criamos não apenas concertos, mas pontes reais de transformação".
